sábado, 12 de julho de 2014

Quem compareceu ao estádio na abertura da Copa era elite branca, diz Dilma.

 Em entrevista à Globonews, a presidente defendeu a política econômica do governo e sugeriu uma reformulação na base do futebol brasileiro após o término da Copa do Mundo


A presidente Dilma Rousseff afirmou, em entrevista exibida na noite desta sexta-feira (11/9) pela Globonews, que os torcedores que estavam no Estádio Itaquerão, em São Paulo, na partida de abertura da Copa do Mundo, eram predominantemente da “elite branca”. Durante o jogo entre Brasil e Croácia, Dilma foi xingada. Na entrevista à jornalista Renata Lo Prete, Dilma defendeu a política econômica de seu governo e sugeriu uma reformulação na base do futebol brasileiro após o término da Copa do Mundo.

“O ministro Gilberto (Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência) disse que essa questão da chamada elite branca, que não fomos nós que inventamos o nome, tinha vazado para alguns segmentos. É opinião dele. Não há porque falar que não, é um absurdo, mas quem compareceu aos estádios, não podemos deixar de considerar, foi predominantemente quem tinha poder aquisitivo para pagar o preço dos ingressos da Fifa, e aí predominantemente uma elite branca. Em alguns casos devia ter 90%, em outros 80%, 75%, mas era dominantemente elite branca”, disse Dilma.

A presidente aproveitou para elogiar a organização da Copa do Mundo. Segundo ela, ouviu-se muito dizer que “o Brasil era incapaz de fazer uma Copa”, mas, na avaliação da petista, o país conseguiu fazer estádios, infraestrutura e uma polícia federativa eficiente. “O exemplo maior do pessimismo era dizer que a Copa seria um caos”, afirmou. Ela lembrou ainda que, desde janeiro, havia menções de que o país teria uma apagão de energia. “Eu sempre disse que não vamos ter (apagão) antes nem durante nem depois da Copa.”

Dilma comentou ainda que o grande aprendizado da derrota do Brasil por 7 a 1 para Alemanha na semifinal da Copa é a consciência de que não é mais possível que o futebol brasileiro exporte tão cedo os talentos. “Não acho correto que os nossos craques saiam cedo desse país, sejam formados em escolas estrangeiras”, frisou. Para ela, é preciso criar o chamado esporte de base.

Questionada sobre o risco de alguns estádios construídos no Brasil se tornarem “elefante branco”, ela foi enfática. “Só existe esse risco se nós não reformarmos o futebol brasileiro.”



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