sábado, 23 de novembro de 2013

DICA DE LEITURA: “OS NÚMEROS DO JOGO”

COLUNA DICA DE LEITURA: “OS NÚMEROS DO JOGO”Por Fernando Chagas da Costa (*)




Recentemente, ao selecionar material para elaborar aulas da disciplina Aplicações Estatísticas no Processo Gerencial, que leciono em um curso de MBA na Estácio, em finais de semana, descobri, através de indicação em uma revista, o livro “OS NÚMEROS DO JOGO”, que tem como subtítulo a instigante frase “Por que tudo que você sabe sobre futebol está errado”.  Como tinha vínculo com o tema da minha disciplina, adquiri a obra na versão digital.

Já conhecia livro do mesmo autor, Chris Anderson, quando li, há alguns anos, a boa obra “FREE – Grátis: O futuro dos preços” (que espero comentá-la mais futuramente). A publicação mais recente é de sua autoria em conjunto com David Sally. Ambos, Chris e David, são ex-esportistas. O primeiro foi goleiro de um time da quarta divisão na Alemanha; o segundo já praticou beisebol.

Atualmente Chris Anderson é professor de Estatística na Universidade Cornell (EUA) e David Sally leciona na Faculdade Dartmouth (EUA).

O livro traz uma série de análise, com base em dados estatísticos, que levam a conclusões bastante interessantes, como é o caso de que por conta da raridade de se fazer um gol, diante de tantos eventos que há em um jogo (dribles, carrinhos, passes errados, passes certos, cruzamentos, impedimentos, cabeçadas, pênaltis etc.), chegou-se a conclusão que o futebol é o mais imprevisível dos esportes.

Para se ter uma ideia do volume de dados analisados, só na final da Copa dos Campeões da UEFA da temporada 2009-2010, entre a Internazionale de Milão e o Bayer de Munique, houve mais de quatro mil eventos, onde apenas dois deles (os gols) decidiram o resultado.

A conclusão chegada, pasmem, é que no futebol 50% dos resultados positivos são conseguidos por “sorte”. Para se chegar a isso foram analisados, entre tantos outros parâmetros, mais de quarenta e três mil partidas de futebol.

Na oportunidade de cobrar um escanteio é melhor cruzar na área ou cobrar curtinho? Nosso senso comum nos leva quase sempre a optar pela primeira opção, para que um zagueiro alto que subiu ao ataque possa cabecear e marcar o tão esperado gol, não é mesmo? Resposta: Prefira o curtinho. Com dados da Premier League das temporadas de 2001-2002 e 2010-2011, percebeu-se que  apenas uma em cada nove finalizações partidas de escanteio foi concluída com gol.

Uma das tabelas apresentadas no livro tem a diferença percentual entre as pontuações do melhor e do segundo melhor jogador em cada posição, na temporada da League em 2011. O fato mais gritante é na posição de atacante, onde a diferença entre a pontuação de Messi em relação ao segundo colocado é a mais acentuada e por isso o argentino teve que ser apartado de análises (é o que chamamos de outlier em estatística, quando um dado numérico destoa significativamente dos demais).
Para quem gosta de esportes e números, o livro é uma ótima pedida.

Boa leitura

(*) Fernando Chagas da Costa é funcionário do Banco do Brasil há mais de 30 anos e professor universitário da área de exatas na Faculdade de Alagoas/FAL, vinculada a Estácio de Sá.

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