sábado, 24 de agosto de 2013

DICA DE LEITURA: “O HOMEM QUE CALCULAVA ”

DICA DE LEITURA: “O HOMEM QUE CALCULAVA    ”
Por Fernando Chagas da Costa (*)


Frequentemente, a cada semestre, durante a renovação de minhas turmas de faculdade, sempre tenho um ou dois alunos que me perguntam a solução para o seguinte problema (alguns narram ele com algumas variações, mas a essência é mantida):

“Três pessoas foram a um restaurante e ao final do almoço a conta lhes foi apresentada, registrando o valor de R$ 30,00. Cada uma das pessoas entregou ao garçom R$ 10,00, totalizando os R$ 30,00.

Quando o garçom chegou ao caixa para entregar o pagamento recebido, o gerente percebeu que havia um erro e que, na verdade, a conta fora R$ 25,00, entregando 5 moedas de R$ 1,00 ao garçom, para que devolvesse aos pagantes.
Quando o garçom devolveu se encaminhava à mesa, começou a pensar como faria a divisão das 5 moedas entre 3 pessoas. Não chegando a uma conclusão, teve uma ideia: Direi que a conta deu R$27,00 e devolverei uma moeda de R$ 1,00 a cada um deles, guardando para mim os R$ 2,00 restantes como  gorjeta. E assim o fez.

Assim que os clientes foram embora, o garçom caiu num eterno problema, que até então não soube como solucionar:

Se cada um deu R$ 10,00 e recebeu uma moeda de R$ 1,00 de volta, na verdade pagou R$9,00. Como eram três pessoas, o total pago foi R$ 27,00. Somando-se a isso os R$ 2,00 que ficaram com o garçom, totalizariam R$ 29,00. Onde foi parar o R$ 1,00, comparando-se com os R$30,00 entregues inicialmente?”

Embora sabedor da solução do problema, nunca a digo de imediato aos alunos, porém, indico onde eles podem achá-la, para estimulá-los a ler a obra inteira. Trata-se do livro “O Homem que calculava”, escrito pelo professor Júlio Cesar de Melo e Sousa (1895-1974), que ficou conhecido pelo pseudônimo Malba Tahan.

O livro é uma coleção de problemas e curiosidades matemáticas, narradas em forma de uma aventura, em Bagdá, de um calculista persa de nome Beremiz. Pelo seu talento extraordinário, Beremiz torna-se famoso e muito requisitado, para solucionar inúmeros quebra-cabeças,a exemplo de: “A divisão dos 35 camelos; A proporção da quantia devida pelo mercador de jóias; A divisão de 21 jarros de vinho; A venda de 60 melões por preços diferentes;  O cálculo dos grãos de trigo das casas do tabuleiro de xadrez; A metade do tempo da prisão perpétua” e tantos outros.

O problema inicialmente mencionado em minha coluna está no Capítulo VIII, quando Beremiz é questionado para explicar o desaparecimento de 1 dinar (moeda corrente à época).

E você, já sabe onde foi parar o R$ 1,00 ?

Boa Leitura.


 (*) Fernando Chagas da Costa é funcionário do Banco do Brasil há mais de 30 anos e professor universitário da área de exatas na Faculdade de Alagoas/FAL, vinculada à Estácio de Sá.

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